De acordo com dados do estudo Mastercard SpendingPulse, que contabiliza todas as formas de pagamento utilizadas tanto em lojas físicas, quanto no e-commerce, as vendas do varejo brasileiro aumentaram 25,5% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2020.
Esse crescimento tem tudo para se repetir ou ser ainda maior durante a segunda metade de 2021. Isso porque, além das festas de fim de ano e da total reabertura do comércio físico, a Black Friday, marcada para 26 de novembro, já está mais do que consolidada entre as principais datas do varejo nacional.
Tanto que, para Pedro Ivo, sócio-diretor da Dito, empresa de CRM para o mercado de varejo omnichannel, lojistas de todo o país têm muito a ganhar, caso saibam como aproveitar, ao máximo, não só as oportunidades geradas pela Black Friday, mas também todo o potencial que as outras sazonalidades do segundo semestre têm a oferecer.
“Além de procurar conhecer bem o comportamento e as preferência de cada público, é importante que as marcas invistam não só no bom atendimento, mas também em relacionamento. Isso porque, quando uma pessoa consegue adquirir o que lhe interessa de maneira segura e descomplicada, as chances de fidelizá-la são sempre muito maiores. Portanto, mais do que oferecer descontos, é preciso garantir satisfação e confiabilidade”, afirma Ivo.
O executivo propõe alguns caminhos que podem ajudar a ampliar as vendas de maneira significativa até o fim do ano:
1 - Adote períodos promocionais mais curtos
Não são poucas as marcas que escolhem estender as promoções para além de cada data do varejo em si. Muitas delas chegam a oferecer descontos ao longo de todo o mês, o que pode esfriar o interesse do público. Para alcançar maior atratividade, o ideal é concentrar as ações de caráter promocional dentro de períodos mais curtos, como ao longo de uma única semana, por exemplo.
“Dessa forma, argumentos de venda como ‘exclusividade’ ou ‘fim dos estoques’ ganham muito mais força, o que, consequentemente, pode despertar um senso de urgência ainda maior entre os consumidores e resultar em um fluxo de vendas bem mais efetivo”, acrescenta Pedro Ivo.
2 - Ofereça descontos de verdade
Embora estejamos na era da informação, alguns lojistas ainda insistem na ideia de aumentar os preços às vésperas das datas do varejo para depois reduzi-los aos valores originais durante as sazonalidades. Tudo para chamar atenção, a partir da oferta de falsas oportunidades de compra.
Contudo, o feitiço pode virar contra o feiticeiro. “Ao subestimar a inteligência do consumidor, as lojas que adotam essa tática costumam cair em descrédito.
Como resultado, acabam ganhando má fama, o que pode prejudicá-las em inúmeras ocasiões no futuro. A melhor alternativa é sempre oferecer benefícios reais para que a reputação da marca permaneça intacta”, orienta o especialista.
3 - Priorize o atendimento
Para garantir o retorno dos clientes, é preciso oferecer sempre a melhor experiência de compra possível. Portanto, nada pode ser mais importante do que a garantia de um ótimo atendimento. Para cumprir com essa tarefa, Pedro Ivo aponta que o melhor caminho ainda está na execução de medidas relativamente simples, mas que nem sempre são adotadas por muitos lojistas.
“A primeira delas é manter termos de compra bastante transparentes e ser ágil nas respostas, tanto nas redes sociais, quanto nos canais de venda online. Além disso, é preciso ter máxima atenção à logística para evitar atrasos nas entregas. Também é importante cuidar para que os produtos oferecidos via e-commerce ou mesmo nas vitrines estejam sempre em estoque, já que isso evita frustrações. Embora sejam de praxe, esses cuidados fazem toda a diferença, quando o assunto é bom atendimento”.
4 - Segmente a clientela
Antes de pensar em qualquer estratégia de vendas, é indispensável consultar o CRM da empresa para que os clientes possam ser segmentados de acordo com categorias como frequência de compra e ticket médio. Essa divisão permite que consumidores com diferentes perfis tenham acesso a vantagens ou ofertas exclusivas, condizentes com o seu comportamento em relação às marcas.
“Isso costuma gerar uma sensação de recompensa entre eles. Para um melhor aproveitamento dessa estratégia, é importante verificar os principais pontos de venda utilizados para as últimas compras, assim como os canais com maior adesão do público selecionado. Ou seja: e-mail, WhatsApp, SMS, mobile, browser push ou mesmo os vendedores que mais atenderam um determinado cliente”, sugere o executivo.
5 - Mantenha laços duradouros
Com o passar dos anos, os clientes têm se tornado cada vez mais exigentes. Por isso, nem todos se dispõem a investir tempo e dinheiro em marcas com as quais não possuem uma relação de confiança e reciprocidade.
Nesse sentido, Pedro Ivo alerta: estreitar a comunicação com os consumidores apenas quando as datas do varejo se aproximam certamente não é a melhor maneira de retê-los.
“O ideal é que as marcas procurem dialogar com o seu público-alvo durante o ano inteiro. Assim, elas podem oferecer o que é pertinente a cada sazonalidade apenas como uma forma de complementar um tipo de comunicação constante e bem-sucedida no objetivo de gerar benefícios para ambos os lados. Em outras palavras, é preciso fazer com que o relacionamento com o cliente seja próximo ao tipo de convivência que temos em família”.