O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai ampliar em R$ 5 bilhões a linha de crédito para capital de giro para micro, pequenas e médias empresas enfrentarem os efeitos econômicos da pandemia da Covid-19, disse nessa quinta feira (25) o presidente do banco Gustavo Montezano.
Segundo o executivo, os primeiros R$ 5 bilhões da linha lançada no começo da pandemia praticamente se esgotaram.
"Quando abrimos a linha de cinco bilhões, a gente tinha certeza que ela ia ficar até dezembro, mas dado que a crise se agravou tanto e foi tão dramática, ela acabou, esgotando em duas semanas e naturalmente vamos expandir mais cinco bilhões", disse ele durante uma transmissão do BTG Pactual pela internet.
Montezano disse que o BNDES vai retomar o desinvestimento em ações logo que a volatilidade na bolsa de valores diminuir. "A gente vai retomar a agenda e até 2022 a carteira vai estar bem mais reduzida", afirmou.
Crédito livre
Com menos entraves, a linha de crédito livre do BNDES é a que tem maior adesão dentre todas as anunciadas durante a crise do coronavírus, como mostrou reportagem do G1 em maio. Têm acesso a ela empresas com até R$ 300 milhões de faturamento anual.
Dos R$ 5 bilhões destinados pelo banco, foram liberados até esta quinta-feira R$ 4,6 bilhões aos empresários.
Os valores concedidos nesta modalidade são de uso livre, mas recomendados para empresas que precisam de reforço de seu capital de giro. O financiamento tem limite de até R$ 70 milhões anuais, com carência de 24 meses e prazo para pagamento de até 60 meses.
De todo o volume de recursos até agora aprovados, 63% se destinaram às médias empresas, 29% às pequenas e outros 7% às microempresas, diz o banco.
Em geral, as linhas de crédito para pequenas e médias empresas estão travadas durante a pandemia. Uma pesquisa divulgada em abril pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) apontou que a maioria (60%) dos donos pequenos negócios que já buscaram crédito no sistema financeiro desde o início da crise do coronavírus teve o pedido negado.
O estudo mostrou também que ainda há bastante desconhecimento dos empresários a respeito das linhas de crédito que estão sendo disponibilizadas para evitar demissões. Do total de entrevistados, 29% afirmam não conhecer essas medidas e 57% apenas ouviram falar a respeito.