Como cortar custos de maneira estratégica

Para muitas empresas, cortas gastos nunca parece ser uma tarefa fácil. Executivos que recorrem a essa prática com frequência chegam a sentir que ela não ajuda a criar sucesso e a conduzir ao crescimento. Algo que os especialistas Paul Leiwand e Viany Couto, autores do livro "Strategy that works", chamam de "fadiga do gerenciamento de custos".

Ao fazer pesquisas para seu livro, os autores descobriram que a principal razão que fazem com que as empresas sofram com essa síndrome é que elas fazem cortes que "não estão conectados com suas estratégias", como contam em um artigo do Harvard Business Review.

Enquanto isso, as empresas com as melhores gestões enxergam o gerenciamento de custos como uma maneira de amparar sua estratégias. "Elas colocam o dinheiro onde está a estratégia, e continuam a cortar gastos ruins e redirecionar recursos para gastos bons. Afinal, se não gastarmos com as coisas certas, quais nossas chances de crescimento?", questionam Leiwand e Couto.

Segundo os os autores, a prática de separar os custos necessários dos dispensáveis, sempre pensando na criação de valor, é uma postura adotada por diversas empresas que estudaram em suas pesquisas, como Amazon, Lego, Starbucks e Ikea. Eles dão dicas de como seguir o mesmo caminho:

1. Conecte custos a uma estratégia

Conecte seu orçamento diretamente às suas estratégias prioritárias. "Veja cada oportunidade de reduzir custos como uma chance de direcionar investimentos para fortalecer sua proposta de valor. Se o seu orçamento não reflete suas prioridades, você tem poucas chances de executar sua visão", aconselham Leiwand e Couto. Isso implica em ver os custos não só como "despesas do ano", mas também como investimentos de vários anos em diferentes capacidades da empresa.

2. Repense custos de acordo com seus recursos

"Em muitas empresas, os investimentos estão escondidos em uma variedade de orçamentos funcionais. Desvende esses orçamentos e classifique as implicações de seus padrões de gastos atuais", explicam os especialistas. Pode não ser uma tarefa fácil, mas levará a discussões muito proveitosas entre os funcionários sobre o que a empresa realmente precisa para poder conquistar o mercado.

3. Reveja tudo

Leiwand e Couto recomendam: "Liste todas as despesas relacionadas às atividades do negócio, coloque-as em um "estacionamento" metafórico e então, uma por uma, decida se irá deixá-las entrar novamente". Dessa forma, as áreas de maior potencial da empresa ganharão os recursos necessários para desempenhar seu papel da melhor maneira possível. É uma maneira de começar do zero, e rever todas as práticas de orçamentos passados.

4. Crie sistemas didáticos

"Construa sistemas financeiros que criem mais transparência em torno de custos "bons", que estão associados à capacidades diferentes, e custos "ruins", que são dispensáveis", orientam os autores . Dessa forma, estará na cultura da empresa saber distinguir os diferentes tipos de custos de acordo com sua importância, e os funcionários saberão tratar cada decisão de gastos como se o dinheiro saísse de seu próprio bolso.

5. Seja proativo

Apenas criando uma abordagem contínua de redução de gastos, que conecta custos a uma estratégia, você poderá garantir que seu negócio não sairá dos trilhos. "Conserte o telhado enquanto o céu ainda está limpo. Talvez, quando estiver com problemas, você não tenha a chance de tomar as decisões certas", afirmam os autores.

Gerenciar os custos dará à sua empresa ou negócio a liberdade de tomar as escolhas certas a longo prazo, e as recompensas serão imensas.