De acordo com o Relatório de Riscos Globais do Fórum Econômico Mundial, produzido em parceria com a Marsh McLennan, os 4 principais riscos por probabilidade e 3 dos 5 principais riscos por gravidade de impacto nos negócios estão relacionadas ao clima e ao meio ambiente. Segundo a análise de Diagnóstico de Resiliência de Riscos, também produzida pela Marsh, os riscos climáticos estão na vanguarda da agenda de negócios em nível global, sendo os consumidores e clientes os mais impactados por eles.
Com papel fundamental na sociedade, o mercado de seguros auxilia na elaboração de uma vida mais sustentável e na aceleração de uma economia global com baixos níveis de emissão de carbono. As seguradoras e corretoras ajudam no combate aos riscos ambientais através de pesquisas, análise de riscos, modelos de risco de catástrofe e medidas de prevenção a perdas, pois todas essas estratégias fazem parte da realidade do setor.
“O mundo vive um cenário de transição para uma economia descarbonizada em razão da emergência climática provocada pelo aquecimento global. Se há alguns anos os governos que promoviam essa transição, atualmente ela é puxada pelo setor privado, investidores e consumidores. Os agentes econômicos dos setores primários e secundários da economia têm sido duramente pressionados para se adaptar a essa realidade, e essa cobrança também chega ao setor de serviços, do qual o mercado de seguros faz parte. Seguradoras, resseguradoras e seus parceiros têm buscado implementar ações que evidenciem seu apoio à causa. As empresas do setor têm aderido às medidas de readequação e otimização, a fim de implementarem ações voltadas aos pilares da sustentabilidade”, afirma Eugenio Paschoal, CEO da Marsh Brasil.
Para Antonio Andrade, presidente da Chubb Brasil, as metas e métricas estipuladas para avaliar a aderência das empresas ao tema ESG são uma evolução dessa visão e permitem que os conceitos da agenda socioambiental se conectem, chegando às empresas e governos de forma mais simples para serem implementados e compreendidos.
“Quando um setor com o peso do mercado de seguros adota essas práticas, isso se reflete para a economia como um todo. Por isso a importância do engajamento das seguradoras nesse tema. Além disso, com o aumento dos riscos de desastres ambientais, o setor é o primeiro a ser afetado, do ponto de vista dos resultados financeiros. Afinal, o pagamento de indenizações por eventos climáticos severos vem aumentando a cada ano em diversas regiões do mundo, inclusive aqui no Brasil. Muito mais do que agir de forma alinhada às medidas necessárias para a redução dos efeitos do aquecimento global, as seguradoras terão de ser extremamente competentes no processo de aceitação de riscos e de precificação de apólices, sob pena de arcarem com grandes prejuízos”.
Flávio Otsuka, diretor de Marketing e Estratégia de Crescimento da Tokio Marine, acredita que há oportunidades para as companhias criem ainda mais produtos baseados nos riscos ambientais e que com a população mais conectada ao conceito de sustentabilidade, as chances do mercado de seguros aumentar sua penetração no Brasil e no mundo são grandes.
“Contudo, o crescimento acontecerá para aqueles que conseguirem mais rapidamente se adaptar a essas demandas. Na Tokio eliminamos já há alguns anos a impressão do Manual e Condições Gerais, que podem ser acessados diretamente no site da seguradora; eliminamos a impressão das vias das apólices e de endossos que eram enviadas aos corretores e agora são acessadas em PDF via Portal Nosso Corretor e instituímos o extrato de comissão digital, entre outras ações que foram responsáveis pela economia na impressão de dezenas de milhões de folhas de papel. A automatização dos processos, além de agilizar e facilitar o dia a dia dos corretores e clientes, também é uma aliada da sustentabilidade, além de representar a redução de custos operacionais”.